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15.Xote dos poetas-v2-anexo-08-m15

Sonhei com Pablo Neruda Em plena praia do futuro

Escrevendo num imenso muro La palavra libertad Com poemas de Vinicius En las manos eram hermanos Recitava Eluard E gente em plena tarde Poetas de todo mundo Escrevendo por toda parte La palavra libertad Voava com Castro Alves Gregório, também Gonçalves Dias e noites latinas Cabral dançando frevo E um cego de improviso No imenso salão da claridade Relampejou num sorriso La palavra libertad Toda a família Andrade Zé Limeira, Ferreira e eu Pessoa e Garcia Lorca Queimando o pau de uma forca Hasteando Manoel Bandeira La palavra libertad Maracatu de Dona Santa Batutas de S. José Patativa do Assaré E também Dodô e Osmar Vi Dirceu atrás da grade Abra, Marília, sou eu Sonhando num céu de fogo Libertas quae sera tamen E um cheiro de tangerina Descascava Jorge de Lima As invenções de Orfeu Rezava Murilo Mendes Gritava o povo no vale No muro grande concreto Gás néon sobre o deserto A inscrição Liber Tarde Gritava o pé de chinelo Esquentava o bóia-fria Soletrava um pau-de-arara Entre as coxas de Maria E um prato de feijão Decifrava o analfabeto A escrita de Mallarmé Em pleno golpe da sorte A morte fugiu pra Marte A vida disse: Aqui, Jazz Swing por toda parte Xote, xaxado e baião O repentista azulão Anunciou no sertão A palavra liberdade Una canción desesperada Duas chilenas amaban Se fueron com tres donzelas Cuatro muchachas morenas A las cinco en punto de la tarde Las seis grandes bascas En siete estrellas tornaron Ocho novias brasileñas Nueve puñales, diez varandas Sangre no mural de la tarde La palabra liberdade

Liberdade




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