Letra: Manuel de Araújo Porto-Alegre. Música: José Maurício Nunes Garcia (filho). Intérprete: Ana Maria Kieffer. Gravadora independente. CD do livro “Comédia musical urbana”.
Aprender artes, ofícios,
Estudar anos inteiros,
Enriquecer os livreiros,
Só o faz rombo sandeu …
Pra ser rico, nobre e sábio
Com mil outros galardões,
Basta só nas eleições
Fazer papel de judeu…
Cartinhas amáveis,
Chapinhas estáveis,
Troquinhas notáveis
Urninhas mudáveis
E os manganões,
Espertalhões,
Com mangações,
Aos toleirões!
Tudo agiganta o progresso;
Viva Amor! Fora o Regresso!
Mil Mirabôs de enfiada (Mirabeaus)
Por vapor fazem discursos,
E vencem nestes concursos
Empregos e carachás.
Modesto patriotismo
Hoje em dia não faz vaza;
Escrever jornais à rasa
É caminho dos Baichás.
Juristas de capa,
Legistas de chapa,
Tretistas da lapa,
Chupistas de rapa.
Seu monarquismo,
Brasileirismo,
Patriotismo,
Sem egoísmo
Tudo agiganta o progresso;
Viva Amor! Fora o Regresso!
Padres, carolas, coveiros,
Vão todos plantar batatas.
Já temos homeopatas,
Já não morre mais ninguém.
Sangrias, bichas cautérios,
Em bolinhas se mudaram,
Os farmácios se acabaram,
E o brusselismo também.
Ascite bojuda,
Bronquite pontuda,
Gastrite aguda,
Raquite que muda ...
E os humoristas,
E os solidistas,
E os organistas,
E os razoristas.
Tudo agiganta o progresso;
Viva Amor! Fora o Regresso!
Modernos operadores
Fazem queixos de tarracha,
Põe corações de borracha,
Curam vesguelha e surdez.
Mudam as línguas aos gagos,
Trocam tripas, pernas, braços,
Cortam a gente em pedaços
E cozem-na um’outra vez.
Entranhas viradas,
Com banhas lavadas,
Façanhas cortadas,
Patranhas curadas ...
Litotomias,
Litotricias,
Patologias,
Frenologias.
Tudo agiganta o progresso;
Viva Amor! Fora o Regresso!
Nova carreira se abriu
Além das tretas e ronha!
Um pelintra, um sem vergonha
Se improvisa redator.
Unidos a outros ciganos,
A pena imunda vendendo
Calúnias mil escrevendo
Quer campar por grão senhor.
Rabisca ladrando,
Faísca bramando,
Marisca ganhando,
Lambisca trepando.
Os publicistas,
Os estadistas,
Os moralistas,
Idealistas
Tudo agiganta o progresso;
Viva Amor! Fora o Regresso!
Decora um rapaz seis frases,
De um autor ou libelista,
Ei-lo já com longa vista,
Novo regenerador.
Prometendo o Sol e a Lua,
Cabala, sai deputado.
Vende o voto, é magistrado.
E já visa a Senador.
Que moço de tino!
É um poço de fino!
Menino de troço!
Caroço ladino!
Chegou a idade
Da liberdade;
Que felicidade
Pra humanidade!
Tudo agiganta o progresso;
Viva Amor! Fora o Regresso!
Letra: autores desconhecidos. Música (“Balaio, meu bem, balaio): autores desconhecidos. Intérprete: João Nabuco (piano e canto). Gravação independente.
Mandei fazer um balaio
Das barbas de um camarão
Balaio saiu pequeno
Não quero balaio, não
Balaios, meu bem, balaios,
Não quero balaios, não
Por pera de guabiru
Eu tenho grande paixão
Balaios da Mariquinhas,
Não quero balaios, não
Balaios, meu bem, balaios, ...
De peras dos guabirus
Quero bordar um roupão
Oh! Que linda vestidura ...
Não quero balaios, não
Balaios, meu bem, balaios, ...
Letra: autores desconhecidos. Música (“Balaio, meu bem, balaio): autores desconhecidos. Intérprete: João Nabuco (piano e canto). Gravação independente.
Mandei fazer um balaio
Das barbas de um baronista
Para embarcar o balaio,
Meu bem,
Daqui para a Boa Vista.
(estribilho)
Balaio, meu bem, balaio,
Balaio do coração,
Quem tiver o seu balaio,
Não saia com ele não.
Balaio, meu bem, balaio,
Balaio do coração,
Que os rapazes são travessos
Botam o balaio no chão.
Mandei fazer um balaio
Das barbas de um camarão
Pra embarcar o balaio,
Meu bem,
Daqui para o Maranhão
Balaio, meu bem, balaio ...
Mandei fazer um balaio
Das cascas de um cajá,
Pra embarcar o balaio
Meu bem,
Daqui para o Pará
Balaio, meu bem, balaio ...