Quando lá no Norte (............) homicida
Nos braços da morte, alguém massacra a vida
Não chegou a apagar a sacra luz de um ideal
Que hoje forte brilha com esplendor mais divinal
Getúlio, Getúlio, leal, varonil
Estrela surgente no céu do Brasil
Getúlio, Getúlio, das almas febris,
Tu voltas tenente nos braços do Brasil
E o nome, então, do herói sacrificado
Nós em cada canto do nosso Brasil amado
Que em nós confia para lutar, para vencer
E a pátria nos ilumina para a razão de livre viver
Getúlio, Getúlio, leal, varonil
Estrela surgente no céu do Brasil
Getúlio, Getúlio, das almas febris,
Tu voltas tenente nos braços do Brasil.
No dia 3 de outubro rebentou a revolução
Foi uma coisa bem feita, uma bonita combinação
Em Minas e no Rio Grande e em outros pontos da Nação
O exército se alevantou, ai, com as suas armas na mão
Contra o Washington Luís, brasileiro mais turrão.
Não houve quem não sentisse essa grande alteração
Pois a nossa família sofreu tanta aflição
E, valente, os generais compreenderam a situação
Pro governo federal mandaram uma intimação
Não saíssem com a renúncia, saía com a deposição
O exército revoltoso em Itararé fazia pressão
O exército legalista defendia a invasão
Muito, muito contrariado cumpria essa obrigação
O exército legalista tinha muita munição
Mas tinha pouca vontade de matar o próprio irmão
Triste fuzilaria se travou lá no Varjão
Metralhadora pipocava, ronco surdo de canhão
Tudo isso misturado parecia um trovão
No meio do tiroteio, gritos, xingos, reclamação
E o sangue dos brasileiros calava fundo no chão.
Chegou um telegrama cessando a mobilização
Gaúcho e paulista choraram de comoção
Acabou-se a inimizade, acabou-se a desunião
Foi deposto o presidente, acabou-se a perseguição
E viva o Brasil novo, terra do meu coração!
Quando vim de minha terra
Vim brigado com a muié
Invêis di vim a cavalo
Eu vim mesmo de a pé
Sou filho do Rio Grande
Da cidade de Bagé
Fiz uma marcha forçada
Vim parar em Itararé
Itararé, Itararé
Tava tudo em pé no fogo
Churrasco, mate, café
Espingarda, carabina
Revólver, laço e quicé
Metralhadora e facão
Adaga, espada e combréa
Areoplano e granada.
Carro forte, Chevrolet
Cavalaria e trincheira
Tudo tinha em Itararé
Itararé, Itararé ...
Tudo ali se reunia
General e coroné
Cabo, sargento e sordado
Véio, criança e muié
A gente andava deitado
E dormia mesmo em pé.
Tinha cobra na picada
Mas chegamos em Itararé
Itararé, Itararé...
General Juarez Távora
Montado num corcé
Dominando todo o Norte
Provou que do Norte é
De Sergipe ao Amazonas
Os chefes bateram o pé
Quando ia pra Bahia
Nós ia pra Itararé
Itararé, Itararé...
Viva todos os nossos chefes
Homens de ação e fé
Que nunca temeram a morte
Dizendo dê prá onde dé
Vamos tomar o Catete
Porque o povo requer
Agora vocês me diga
Se é assim mesmo ou não é.