O teu cabelo não nega, mulata,
Por que és mulata na cor
Mas como a cor não pega,
Mulata, eu quero teu amor
Tens um sabor bem do Brasil
Tens a alma cor do de anil
Mulata, mulatinha, meu amor
Fui nomeado seu tenente interventor
Quem te inventou, meu pancadão,
Teve uma consagração
A lua te invejando fez careta
Porque, mulata, tu não és deste planeta
Quando, meu bem, vieste à terra
Portugal declarou guerra
A concorrência então foi colossal
Vasco da Gama contra o Batalhão Naval.
50. Se eu fosse interventô (1933), embolada. Autor e intérprete: Manezinho Araújo • Gravadora: Odeon
Oi, se eu fosse interventô
Tudo ia consertá.
Ai, se eu fosse interventô
Tudo ia consertá.
Ai, se eu fosse interventô
Tudo ia consertá.
Casava todas as moça mais bonita do lugá
Essas rua sem ladrio eu mandava ladriar
Adispois eu inventava um aparelho especiá
Pra tratar a atmosfera no trecho da capitá
Endireitava essa bigorna, não deixo de confessá
Oi, se eu fosse interventô...
Arranhacé eu proibia desse povo edificá
Com sobrado assim tão grande avião não pode andá
Dava liberdade ao povo de fazer dois carnavá
Meus parentes, coitadinho, eu podia colocá
Garanto dessa maneira, ninguém vinha me xingá
Oi, se eu fosse interventô...
Cinema sincronizado seu Antônio ia tocá
Invenção lá dos estranja pra mó de nóis tapiá
Nossa língua atrapaiada calunga podi falá
Os “musgos” dessa orquestra podia até protestá
Mandava nessa bioca mó de tudo endireitá
Oi, se eu fosse interventô ...
Sem-vergonha e enxirido eu mandava incinerá
Num deixava os destemido (.........) mó de brigá
Dava duro em atrevido, todos ia derrotá
Podi sê meu secretário Josué especiá
Nomeava logo ele qui é danado pra filmá
Oi, se eu fosse interventô...
Eu, temendo os brasileiro, decidi me atutelá
Até Rio de Janeiro, lá naquela capitá
Eu já fiz o mundo todo, de medo de se embasbacá
Já dei cafuné na lua, vi o sol casá com o mar
Com diploma de vendeiro, garanto, posso jurá
Oi, se eu fosse interventô...
Os bonde da companhia, mandava logo apará
Nunca vi bonde tão caro que os pobre nem pode andar
Vou cantar pro Zé Velhinho pra ter carro oficiá
Avião i irioplano pro resto do pessoá
Juro por Nossa Senhora, ninguém pode duvidá
Oi, se eu fosse interventô ...
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Governadô, governadô, governadô
Não há mais só um tenente
Que não seja interventô
Governadô, governadô, governadô
Do Amazonas ao Rio Grande
A turma é toda do amor
Os meus tenentes disciplinado nos quartis
Não se deixam embromar com zum-zum-zum nem be-re-ré
E a prova disso vi o Norte como está
É só saldo orçamentário pra nunca mais acabar
Governadô ...
Veja o dotô da Cunha que é tenente bom serví Até o capitão Rogério, tudo com eles é ´´ali´´ Não há mardade, nem intriga, nem inveja É tudo trabáio sério prá grandeza do Brasí
Governadô ...
Fui revortoso por ser filho de gaúcho Ter nascido na Bahia, por amor do meu amor A um cabocla que tinha sangue no olho Comia pirão sem moio com farofa de bambá
Governadô ...
Nas coxilhas lá do Norte, na terra do Ceará, é só bicho balanceiro inté seu Mané chegá móde a mandinga dos tenente interventô que despacháro com azeite os outro governadô
Governadô ...
Lá prá meu Norte, na minha terra Bahia, Nunca vi tanto parpite como as carioca dá São bonitinha, tão lindinha, diabinha Té parece demoinha que nasceu só prá atentá
Governadô ...