Saiba já, nhô Paraná,
Que sou muié verdadeira
Tenho fama de veiaca
Mas não sou aventureira
Eu conheco vosmicê,
Sinhá Santa Catarina,
Conheço bem vossa saga
De mulher firme e ladina
De mulher firme e ladina
Se sou firme, isso é preciso,
Nhô belo Paraná,
Porque tenho as costas quentes
Língua solta pra falar
Torce, torce bem a língua
(.....................................)
Que mulher como você
Só presta pra regadeira
Só presta pra regadeira
Há de te ver, nhô Paraná,
Vosso solo retalhado
Ficando eu como dona
Do terreno contestado
Vancê tem as costas quentes
Terei ........... nega
Terei no devido tempo
........ sem a manteiga
........ sem a manteiga
Tenho cá três pistolão
De valô, nhô Paraná,
O governo, a política
E o Supremo Tribuná
Nhá Santa Catarina
Tenha vancê quem tivé
Sô cabra e muito macho
Pra toda e qualquer mulher.
Tudo mais é conversa, viva o Paraná!”
Tenham atenção, senhores
Venho de Paranaguá
Tenham atenção, senhores
Venho de Paranaguá
Fugindo aos grandes horrores
Que vão ter no Paraná.
Um senhor José Maria,
Compadre fanfarrão,
Anda fazendo arrelia
Entre o povo do sertão
Esse tal de Zé Maria
É um Conselheiro novo (bis)
Com a sua profecia
Vai fanatizando o povo (bis)
A família sertaneja
Olvida afazeres seus
E do monte até a estradeira
Pensando ser ele um Deus
(Fala)
Eu é que não acredito que aquele monge seja deus. Um bicho tão feio, com cara de mono...
De aldeia em aldeia
Tal qual um judeu errante (bis)
Vai na sua odisséia
Esse monstro petulante (bis)
Vai ferindo, vai matando
Com seu rosário na mão
Aos matutos enganando
Prometendo a redenção (bis)
Doutor Carlos Cavalcante
Honrado governador (bis)
Deu providências urgentes
Mereceu grande louvor. (bis)
Mas a força enviada
Com seu bravo comandante
Lá foi toda decepada
Morreu tão fulminante
(fala)
Foi mesmo um horror a revolução do Paraná. O coronel João Gualberto morreu, mas morreu como um herói no posto de honra, defendendo a Pátria, defendendo seu torrão natal.
Lá no parlamento
Ainda teve hora
Com o assentimento
Deste povo que adora
De vir para o Brasil
Sagrado penhor
Os restos mortais
Do nosso velho imperador
Embora República,
Meu Brasil amado
Não pode olvidar
De seu antepassado
Da pátria querida
O filho oriundo
Desse amor que grita
Dom Pedro II
Deportado um dia
Para o estrangeiro
Deixou a saudade
No Brasil inteiro
Pois habita agora
Na eternidade
A pobreza chora
Sua caridade
Deixou a coroa
Mas sempre altaneiro
Foi para Lisboa
Como brasileiro
Com sua família
Junto ao coração
Foi bem acolhido
No país irmão
Agora o Congresso
Em questões legais
Decreta o regresso
Dos restos mortais
Abre o seio a pátria
Com saudade de ter
A santa relíquia
De seu velho imperador
Fala:
Embora República, o Brasil agora abre o seu seio para receber os restos mortais do filho amado e deportado um dia, deixou plantada no coração dos brasileiros para século seculorum amém a saudade eterna do seu filho, do filho oriundo, do filho do coração dos brasileiros.