Sou a Sabina
Sou encontrada
Todos os dias
Lá na calçada
Lá na calçada da academia
Da academia de Medicina
Os rapazes arranjaram
Uma grande passeata
Deste modo provaram
Quanto gostam da mulata, ai
Sem banana macaco se arranja
E bem passa monarca sem canja
Mas estudante de medicina
Nunca pode passar sem as laranjas
As laranjas, as laranjas da Sabina
O senhor subdelegado
Homem muito resingueiro
Amandou por dois sordados
Retirá meu tabuleiro, ai.
Sem banana macaco se arranja ...
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(*) Edigar Alencar, em seu livro Claridade e sombra na música do povo, considera “As laranjas da Sabina” um lundu carnavalesco, e não um tango, como faz a Discografia Brasileira em 78 rpm, que acompanha o registro existente no disco.
Eu conheço muita gente,
Igual a um camaleão,
Com a cabeça diz que sim,
Com o rabinho diz que não.
Segura, meu bem, agarra,
Amarra o camaleão. (bis)
As virtudes deste bicho
São de grande estimação
Ele é filho do patronato
É sobrinho da eleição
Segura, meu bem, agarra ...
Se ele é verde ou amarelo
Responda algum sabichão
Tem as cores do estadista
Que prá si serve a Nação
Segura, meu bem, agarra ...
Morreu Saldanha da Gama
Um homem cheio de valor
Por amor à Monarquia
E ao seu Imperador
Saldanha, homem valente
E cheio de opinião
Na frente da marinhagem
A brotar o seu canhão
Todo brasileiro honrado
Uma lágrima derrama
Se ouviu falar no nome
Do digno Saldanha da Gama.
Morreu em Campo Osório
Lugar de sua desventura
Foi vítima de seu caráter
E cavou sua sepultura
Como Saldanha da Gama
O Brasil não tem igual
E honrou a sua família
E a Armada Nacional
Morreu em Campo Osório
Por detrás de uma montanha
Onde fizeram a traição
Ao nosso bravo Saldanha.