Quando eu me banho no meu Araguaia E bebo da sua água sangre fria Bichos caçados na noite e no dia Bebem e se banham eles estão comigo
Triste guerrilha, companheiro morto Suor e sangue, brilho do corpo Medo só Mas se o corpo desse pó é pó Um círio da luz dessa dor Violento amor há de voar
Autores: Cadinho Faria e Toninho Camargos. Intérpretes: Grupo Mambembe. Gravação independente da Fundação de Educação Artística. LP: Música de Minas.
Brotará o teu sorriso Teu olhar futuro Teu amor sincero Essa terra que te guarda Conservou teu sangue Levantou teu nome Nunca há de te esquecer
Ficará tua certeza Teu caminho oculto Tua fantasia Esse sonho vai ligeiro Rio de águas turvas Livre pelo tempo Até o mar se enfurecer
E esse dia, quando o dia? Eu não vejo a hora de Gritar a festa E essa festa Vai acontecer O teu sonho, lindo sonho Veja, ainda é hora de Levar à frente E pela frente Muito que aprender
No Araguaia passa um rio Rio onde plantaste tua liberdade Camponês, homem da terra Vingará teu sangue Sonhará contigo Nunca há de te esquecer
Sei que está em festa, pá Fico contente E enquanto estou ausente Guarda um cravo para mim Eu queria estar na festa, pá Com a tua gente E colher pessoalmente Uma flor do teu jardim
Sei que há léguas a nos separar Tanto mar, tanto mar Sei, também, quanto é preciso, pá Navegar, navegar
Lá faz primavera, pá Cá estou doente Manda urgentemente Algum cheirinho de alecrim
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(1) Na versão gravada em 1978, a letra é a seguinte: “Foi bonita a festa, pá/ Fiquei contente/ Ainda guardo renitente/ Um velho cravo para mim/ Já murcharam tua festa, pá/ Mas certamente/ Esqueceram uma semente/ Nalgum canto de jardim/ Sei que há léguas a nos separar/ Tanto mar, tanto mar/ Sei, também, quanto é preciso, pá/ Navegar, navegar/ Canta a primavera, pá/ Cá estou carente/ Manda novamente/ Algum cheirinho de alecrim”.