Autores: João Ricardo e Solano Trindade. Intérpretes: João Ricardo. Gravadora: Philips. LP: Musicar (1979).
Trem sujo da Leopoldina
Correndo, correndo
Parece dizer
Tem gente com fome, tem gente com fome
Tem gente com fome, tem gente com fome
Tem gente com fome, tem gente com fome
Tem gente com fome, tem gente com fome
Estação de Caxias
De novo a dizer
De novo a correr
Tem gente com fome, tem gente com fome
Tem gente com fome, tem gente com fome
Tem gente com fome, tem gente com fome
Tem gente com fome, tem gente com fome
Tantas caras tristes
querendo chegar
em algum destino
em algum lugar
Só nas estações
Quando vai parando
Começa a dizer
Se tem gente com fome
Dá de comer
Se tem gente com fome
Dá de comer
Se tem gente com fome
Dá de comer
Mas o freio do ar
Todo autoritário
Manda o trem calar
Psiuuuuuuuuuu
Às vezes eu olho pra Terra sem compreender
A luta dos seres humanos pra sobreviver.
O grande açoitando o pequeno,terceiros mandando apartar,
Mas na maioria das vezes o grande não quer parar.
Tem vezes que o desesperado se põe a pensar
Por que deve aos pés de um dos grandes se ajoelhar,
Eu passo por muitas igrejas pedindo respostas de Deus
Pra ele calado no espaço ouvir os lamentos meus.
(refrão)
Animais, animais, nós os homens somos todos meio
Animais irracionais
Levantamos, guerreamos e deitamos e rezamos antes
A vida é um sonho e nada mais.
Oh! cantem atrás.
Às vezes eu olho por cima do mundo e os maus (os maus)
Eu vejo vencendo na vida os mais altos degraus
Não querem ouvir nem falarde fome, problemas e dor
Dos outros nem ao menos admitir ou supor.
E sempre eles acham que eles são certos demais
Dinheiro perdido em seus vícios não volta jamais,
Pequenos e grandes ladrõesno meio dos homens de bem
Que cruzam as ruas da vida matando ou roubando alguém.
Animais, animais ...
Eu vou cantar pros operários brasileiros
Esta homenagem que fiz de coração
O operário da indústria brasileira
Merece o nosso respeito e a nossa admiração.
Os automóveis que transitam pelas ruas
O avião que hoje corta o espaço
O caminhão, o trem de ferro e o navio
Foram construídos pela força dos seus braços
Tudo aquilo que se compra no comércio
Que a gente vê aí pelo Brasil inteiro
Foi fabricado por quem trabalha nas fábricas
Foram feitos pelos nossos operários brasileiros
Todo o artigo que a gente calça e veste
São todos eles de sua fabricação
A condução que leva a gente ao trabalho
Foi o operário que fez com as suas mãos
Meu operário, eu lhe fiz esta canção
Só por saber que você é merecedor
Não compra aquilo que você mesmo fabrica
Por isso, meu amigo, reconheço seu valor
Meu operário, você é um grande herói
És um soldado do Brasil, eu lhe confesso
O militar é um soldado da justiça
E você, meu operário, é um soldado do progresso.