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Acervo/blog


Eu fui a Europa para cantar samba de breque numa radio de lá

Quando estreei foi um chuá

Meti minha bossa pra mostrar que a gente nossa também sabe cantar

Com aquele molho de abafar

Mas de repente quando eu atuava naquela estação

Senti no estúdio um barulhão

Que correria, tiros, comandos, uma confusão

Pararam até com a irradiação

Fui agarrada por dois soldados e um oficial

Que disse: É a tal

Que diz ser artista mas que não passa de uma espiã.

Vai ser fuzilada amanhã

Eu disse logo: mas essa gente está equivocada

Eu canto samba e mais nada

Me responderam: esse seu samba é mensagem cifrada

Você está é camuflada

E me encostaram numa parede em frente ao pelotão

Me apontando o coração.

E esperando abrir a ordem da execução

Mas vejam só que situação

Me perguntaram qual era a minha ultima vontade?

Eu disse: a minha liberdade

Mas o oficial sacou da espada e levantou no ar

Já iam me bombardear

Mas de repente a ordem “fogo” o oficial exclama

Eu acordei embaixo da cama

Foi tudo um sonho, graças a Deus um sonho e nada mais

Eu vou deixar de ler os jornais.



Qualquer coisa que reclame a resposta eu sei de cor

Você vive me dizendo na Europa está pior

Eu passo sem almoço, sem jantar, sem alimento

Você diz que é ensaio pro racionamento (bis)

Moramos num porão sem o menor asseio

Você diz que é refúgio contra bombardeio

Eu digo que você está todo rasgado

Você diz que é disfarce, que está camuflado

Nesse país imenso onde a paz é mato

Você falar em guerra é um desacato

E assim continuando vou tratar do meu lado

Aí mesmo é que você acabará bombardeado

(Sem essa vítima a seu lado).




Inventei essa modinha

Foi bastante o sentimento

Que a 16 de agosto,

Que foi o torpedeamento

Afundaram nossos navios

Rachando madeira a dentro

(Raça de maldelazento)

Os arpe mudou de luto

O santo e o firmamento

No morro do Corcovado

Tem Cristo Redentor,

Com os seus braços abertos

Pra pegar os traidor

Na mira do meu fuzil

Está todo o meu amor

Que é pra rachar a testa Do primeiro invasor

O alamão não conhece

A nossa raça triguêro

Quando for chegando a hora

O corpo fica maneiro

Na guerra do Paraguai,

Provô para o mundo inteiro

Vinte alamão é sopa

Num dá prum só pro brasileiro

Quando me chamar pra guerra,

Eu vou cum contentamento

Quero ficar atrás de um toco

Vai ser um divertimento

O primeiro alamão

Que vier eu arrebento

Eu como a pacuera nele,

Esse é o meu juramento

E lá na linha de frente

Não quero saber de choro

Quero vingá com o alamão

Esse grande desaforo

Enquanto nossos canhão

Vai rebentando no estouro

Quero atirar na testa

Pra não estragar o couro.

Eu sou um caipira xucro,

Eu não quero me gabar

Paulista bem brasileiro

Pra aquilo que precisar

Brasir acima de tudo

Precisando é só chamar

Eu pego intaliano à unha

Nem que corra que nem gambá.




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