Autores: João de Barro (Braguinha) e Alberto Ribeiro. Intérprete: Francisco Alves. Gravadora: Odeon.
Nada de novo na frente ocidental
A batalha é de confete na Avenida Central
Paz, paz, paz e muita harmonia
Na bateria do carnaval
(bis)
O Correio chegou
Notícias eu li
O tempo fechou
Touradas em Madri
A gueixa brigou com Lig-Lig-Lé
Quem vai gozar é o Seilassié
Nada de novo ...
O Correio chegou
Chegou de Paris
A guerra acabou
O mundo é mais feliz
É bem melhor viver assim em paz
Com meu amor não brigo nunca mais
Nada de novo ...
Essa guerra da Espanha já tá dando o que falar,
Não é mais guerra civil, é guerra internacionar
A Itália e a Alemanha os rebeldes vieram ajudar
Com soldado e munição e aviação sem iguar
Do lado dos governistas, a Rússia ajuda bastante
Fornecendo combatentes, oficiais e comandantes
Aeroplano e metralhadora, os tanques que são gigantes
A França também ajuda, embora o mundo se espante
E assim dessa maneira a fogueira não se apaga
E no coração da Espanha vai formando a grande chaga
Por causa dos poderoso. os inocentes é que paga
É fome, é dor, é peste, é sangue que parece praga
Os combates são terríveis e é grande a crueldade
Fuzilamento em massa, destruição de cidade
Nem na guerra dos selvagens se viu tanta barbaridade
Os homens viraram fera, não tem dó não tem piedade
As igrejas e os convento já tudo foi devastado
Milhares de sacerdotes pois já foram fuzilados
As imagens e os artar, tudo, tudo já foi queimado
Freira, padre e até bispo sem dó são sacrificado
A aviação de noite e dia nem um minuto descansa
Bombardeando as cidades fazendo horríver matança
Matando aos milhares, mulheres velhos e crianças
O fim da guerra tá longe, não se tem grande esperança
As vantagens dos rebeldes no princípio foi ligeira
Pois até já conquistaram quase a Espanha quase inteira
A conquista de Madri que parecia ser brincadeira
Tá custando um mar de sangue cada metro de trincheira.
- Irmãos Laureano : Ah, se eu pudesse fazer feito mecê, Capitão Furtado, viajá, correr mundo mêrmo !
- Capitão Furtado : Devéra ... quem viajeia é coisa inacreditive ! Eu só queria que ocê visse, Laureano, o que é um dia de inverno no Pólo Sur
- Irmãos Laureano : É frio, capitão?
- Capitão Furtado : Si é ! Imagine...óia, uma vez o inverno apertou tanto no Polo Sur que inté as arvre tremia de frio.
- Irmãos Laureano : ô, ô...
- Capitão Furtado : É ! Eu e meu companheiro se encontremo. Ele me falou umas palavra. Oceis acredita que as fala mar saiu da boca dele, empelotou, virou gelo, e caiu no chão ?
- Irmãos Laureano : E mecê então nem chegou a compreender o que vosso amigo falou?
- Capitão Furtado : Uai, por que não?
- Irmãos Laureano : A fala num virou gelo?
- Capitão Furtado : É ... qué dize ...virô gelo, né ? Daí, eu gachei, catei as pelotinha de fala gelada, pinchei drento da oreia, acendi o isquêro perto do ôvido, esquentô, daí eu comprendi tudo, prefeitamente
- Irmãos Laureano : Ói, num fôsse Capitão Furtado que me contasse essa, francamente ... eu punhava minhas dúvida
- Capitão Furtado : É ... parece sonho ...
- Irmãos Laureano : Por falar em sonho, Laureano, você já contou pro capitão aquele sonho da viagem?
- Não.
- Me dá a viola e vamos contar junto.
- Capitão Furtado : Ué, vocês sonharam o mermo?
- Irmãos Laureano : Nós dorme no mermo quarto.
- Capitão Furtado : Eu vou ajudar então na gaita.
Eu à noite eu tive um sonho
Quando eu lembro pego a rir
Eu entrei num aeroplano
E o bicho pegou a subir
O aviador me disse
Seu moço adonde quer ir?
Pódi rumá prás Oropa
Que eu quero me divertir
Nós peguemos rumo certo
Fumo atravessando o mar
E quando eu me dei de fé
Já estava em Portugar
Eu achei muito engraçado
Na terra do seu Cabrár
Pur causa de uma mulata
Vi dois portugueis brigar
Depois do que eu vi na Espanha
Irmão com irmão de terra
A Itália tava em paz
A Alemanha em pé de guerra
Passei pelos austriacos
................terra.
Vi a coisa meio preta
Foi lá na Ingalaterra
Voei prô Japão e China
..................mão forte
Voei por cima da Rússia
Só vale a pena de morte
Virei prô aviador e disse
Acho melhor que nóis vórte
Quando arrebentá as pipoca
Não garanto a minha sorte
Viemos cá para o Brasil
E numa artura daquela
Eu.........................
E cuspi pela janela
Mas nissu eu acordei
Apanhando de chinela
Minha mulher tava onça
Foi justo na cara dela.