Autores: Otacílio da Mangueira e Ari do Cavaco. Intérprete: Bezerra da Silva. Gravadora: Universal Music. CD: Eu tô de pé.
Quando Cabral aqui chegou E semeou sua semente Naturalmente começou A lapidação do ambiente
Roubaram o ouro Roubaram o pau Pra ficar legal Ainda tiraram o couro Do povo desta terra original
E só deixaram A má semente Presente de Grego Que logo se proliferou E originou a nossa gente
É ladrão que não acaba mais Tem ladrão que não acaba mais Você vê ladrão Quando olha pra frente Você vê ladrão Quando olha pra trás
A terra é boa mas o povo Continua escravizado Os direitos são os mesmos Desde os séculos passados O marajá ele só anda engravatado Não trabalha, não faz nada Mas tá sempre endinheirado
E se entrar no supermercado Você é roubado! E se andar despreocupado Você é roubado! E se pegar o bonde errado Você é roubado! E também se votar pra deputado Você é roubado!
Tem sempre 171 armando fria Tem ladrão lá no congresso Na quitanda e padaria Ladrão que rouba de noite Ladrão que rouba de dia Dentro da delegacia Ninguém entendia A maior confusão O doutor delegado Grampeou todo mundo Porque o ladrão Roubou outro ladrão
É ladrão que não acaba mais Tem ladrão que não acaba mais Você vê ladrão Quando olha pra frente Você vê ladrão Quando olha pra trás
Pode ser as claras
Ninguém vai notar
Mesmo que algo vaze, vai evaporar
Sua Excelência autoriza aquela venda
E terá parte na sociedade,
Sua campanha estará garantida e nos registros
Como de praxe nada vai constar
No Congresso eu passo
Tá quase na mão
A imprensa eu calo
Desvio a atenção
Quem vai ter coragem de por em
Xeque meu prestígio e notoriedade,
Por mais que me achem um boçal,
Quem vai enfrentar um imortal?*
*tradição brasileira, paixão nacional
Autores: Da Gama, Lazão, Toni Garrido e Bino Farias. Intérprete: Cidade Negra: Gravadora: Sony Music. CD: Quanto mais curtido melhor.
No país da fantasia Impera a alegria E amanhã é um novo dia No país da fantasia Impera a utopia E amanhã é um outro dia Feriado nacional Se estou bem, se estou mal Com meu time na final Do campeonato estadual Já tá legal Se como bem, se como mal Só não pode faltar sal Pra me enterrar, pra me proteger Me afastar dos urubus Pra me enterrar, pra me proteger Me afastar dos urubus
No reino da fantasia Um carnaval de hipocrisia Prum cidadão que agoniza Na porta do hospital
Eu passo mal, eu passo mal Quando vejo no jornal Antas e pequenos roedores Na coluna social
Se exibindo na TV Falando dos antepassados Que vieram pro Brasil Trazendo negro acorrentado Nossos índios massacrados E diz que descobriu o Brasil
Cadê Zumbi, cadê Dandara Cadê Manoel Congo, João Cândido, Luísa Mahin? Personagens da nossa história