Autores: Elizabeth e David Nasser. Intérpretes: As compositoras. Gravadora: Philips. LP: III festival da Música Popular Brasileiro vol. 3.
Soldado de chumbo, você aonde vai? Vai para a China caçar mandarim? Ou vai pro Japão pegar samurai? Vai pra Amazônia criar bacuri?
Soldado de chumbo Que ontem saiu da saia da mãe Da casa do pai Soldado sem ódio que canta Sinatra Na noite escondida da longe Sumatra
Soldado de chumbo da alma de blues Que ontem saiu da casa do pai E hoje já vai conhecer Hong Kong Tomar Cuba Libre, matar vietcong
Soldado criança, feroz esperança Que acaba, que morre com tiro na pança Soldado de louça, de olhos azuis Presépio da morte, menino Jesus Soldado pretinho, Pelé made in USA De alma andorinha, de pele cafuza Soldado vaqueiro, que luta por que? Na terra sedenta, o adubo é você
Soldado que outrora morria na praia Mascando chiclete, cantando Bing Crosby Soldado que agora peleja no escuro Na terra sem dono, de sangue já duro
Soldado menino, soldado de louça Soldado de nylon, soldado já velho De tantos minutos, de tantos mil lutos Em terras estranhas você aonde vai? Soldado carrega nos lábios canção Nos olhos o medo, a morte na mão Soldado de pano fugiu do brinquedo Pra morte mais cedo em Paris e Xangai Que mata cantando, que enterra chorando Aquele soldado que tem outro pai Soldado menino que acaba de entrar Se escapa das balas que vem lá de Marte
Soldado sem nome do jeito que vai Quando é que ele volta pra casa do pai?
Autor: César Roldão Vieira. Intérprete: César Roldão Vieira e conjunto Opus 4. Gravadora: RGE. Compacto simples.
Descendo da montanha
Um rio corta a terra estranha
E rompe
América, América
América, América
Um grito de revolta
Para o céu
A selva solta
Minha América, América
América, América
O canto da arara
Cobre a tristeza derradeira
De quem só a última lua viu
E se sumindo pela cordilheira
Ou talvez no colo de América
Esteja a dormir
As flores do meu vale
Vão se abrir
Cheirando sangue
Viva América, América
América, América
O pássaro ferido
Que não pode abrir as asas
Inda vai voar
(América...)
Porque não morreu
(América...)
E quando essa noite
Se transformar em madrugada
Do leito de cinzas
Vai retornar pra sua amada
América, América...
América, América...
América, América
América, América...
América …
Sua sombra cortada de chumbo e sol
No peito aberto em chagas
Baila uma flor do mal
A metralha, o seu peito semeou
Mas insiste um continente
Nos olhos que matou
O seu sangue novo sangue vai chamar
Sua história, quem é povo vai guardar
Esta lenda se espalha no ar
Se planta no chão, brota em aço e mói
O seu nome começa com a letra C
Como Cristo em Higueras
Morreu por ele e você