Baía da Guanabara Santa Cruz, na fortaleza Está preso Alípio de Freitas Homem de grande firmeza
Em maio de mil setenta Numa casa clandestina Com a companheira e a filha Caiu nas garras da CIA
Diz Alípio à nossa gente: “Quero que saibam aí Que no Brasil já morreram Na tortura mais de mil”
“Ao lado dos explorados No combate à opressão Não me importa que me matem Outros amigos virão”
Lá no sertão nordestino Terra de tanta pobreza Com Francisco Julião Forma as Ligas Camponesas
Na prisão de Tiradentes Depois da greve da fome Em mais de cinco masmorras Não há tortura que o dome
Fascistas da mesma igualha (Ao tempo, Carlos Lacerda) Sabei que o povo não falha Seja aqui ou noutra terra
Em Santa Cruz há um monstro (Só não vê quem não tem vista) Deu sete voltas à terra Chamaram-lhe imperialista