Nossa grande Legião
É revolucionária
Morrerá pela Nação
Contra o mal, sempre contrária. (bis)
Quedeis sempre em guarda,
Quedeis sempre em guarda,
Ou combata (bis)
Nosso peitos, nossas vidas
Damos à Revolução
Nunca mais a nossa Pátria
Voltará para a escravidão (bis)
Quedeis sempre em guarda,
Quedeis sempre em guarda,
Ou combata (bis)
Ai daquele que tentar
Refazer oligarquia
Nossos pés hão de beijar
Ouvirá no mesmo dia.
A crise abateu aqui na nossa terra
Fazendeiro grita, os colono berra
Lá no sertão a vida é cruel
O patrão se quebrou com a baixa do café
A baixa do café já fez rebuliço
Pobre tão gritando à farta de serviço
Tudo se muda, já mudou a era
Acabou-se a fartura, agora é só miséria
O pão da pobreza é mandioca e banana
Já bebe café de garapa de cana
O pobre caipira se lastimava
Pra fazer o armoço tempero fartava
Pobre come carne só de passarinho
Assado na brasa por não ter toicinho
A vida do pobre é uma judiação
Cozinhar sem gordura e lavar sem sabão
A cama do pobre até dá vergonha
Corchão sem lençor, travesseiro sem fronha
O pobre reclama que farta até ropa
A coberta da cama é de saco de estopa
O pobre padece por tempo da crisa
Fica sem ceroula, (....... ) sem camisa
Anda c’o pé no chão por não ter carçado
Pois anda descarço, os carções já rasgados
O pobre caipira não tem nem cigarro
Pois ele pita no pito de barro
O caipira pobre não pita na paia
O fumo que pita é só duma baia
O patrão se queixa quase todo dia
Não arrecebe mais o que arrecebia
Se ele tem o café, não tem mais valia
Se vai lá no banco, acabô a garantia.
A crise, ai, que temos passando é uma coisa danada
Tudo, tudo encareceu, ai, lai, o tostão não vale nada
O pão que estão fazendo é uma triste amargura
O padeiro traz na porta, ai, lai, mas passa pra fechadura
O feijão subiu de preço numa hora, num instante
O arroz ficou tão caro, ai, lai, vale mais do que diamante
O toicinho subiu tão arto, subiu tanto de valor
Que um capado no chiqueiro, ai, lai, vale mais do que um doutor
Todas comida subiu, até os ovos de galinha
Que uma franga no poleiro, ai, lai, tem coroa de rainha
Lembrando de carne de vaca, inté cum mias fome se fica
A gente só sente o cheiro, ai, lai, em casa de gente rica
Até a caninha já subiu de preço
Pouco me importa, oi, eu não esmoreço
A pinga encarece, eu dou o desconto
Pois eu bebo a pinga, ninguém pôs um conto
A pinga é barata, o consolo me resta
Sem pinga na vida, o mundo não presta
Porque sem a pinga não posso falar
Não posso beber, não posso cantar.