Os milhares de guerrilheiros mentais Que sofreram ou piraram nessas décadas fatais Transformaram-se em faíscas iluminando a vereda Nas longas noites do tempo nas esquinas nacionais
Os milhares de guerrilheiros vocais Que na mansidão do canto nas calçadas e quintais Bloquearam o avanço trágico das forças da reação Vocalizaram pra sempre bem dentro em meu coração
Os milhares de guerrilheiros artísticos Que na criação introspecta contrabalançaram a dor Não faz muito tempo ainda não sentiam esperança E buscavam mais beleza em cada canção de amor
Os milhares de guerrilheiros poetas Censurados e queimados em Fahrenheit 1001 Por todas cartas da Flávia, por nada que foi em vão Pra sempre trarão na mente memórias da escuridão
Arroz deu cacho e o feijão floriô Milho na palha, coração cheio de amor
Povo sem terra fez a guerra por justiça Visto que não tem preguiça este povo de pegar Cabo de foice, também cabo de enxada Pra poder fazer roçado e o Brasil se alimentar
Com sacrifício debaixo da lona preta O inimigo fez careta, mas o povo atravessou Rompeu as cercas que cercam a filosofia De ter paz e harmonia para quem plantar o amor
Arroz deu cacho e o feijão floriô ...
Erguendo a fala, gritando Reforma Agrária Porque a luta não para quando se conquista o chão Fazendo estudo, juntando a companheirada Criando cooperativa pra avançar a produção
Arroz sem cacho e o feijão floriô ...
Autores: Pedro Caetano e Alcir Pires Vermelho. Intérpretes: Quatro Ases e um Curinga. Gravadora: Odeon.
O Américo bebeu,
Bebeu, bebeu, bebeu
Chegou de madrugada
E a mulher se aborreceu
O dia raiando,
Cadeira voando,
Vassoura cantando
Ficou bombardeado,
Coitado!
Deus salve o Américo!
Deus salve o Américo!
Ficou como as ilhas do Japão
A bomba estourou na sua mão
Deus salve o Américo!
Que o bombardeio não é sopa, não.