Comunico, meus amigos, que eu vou me candidatar
Pois concorro a um cargo, desta vez vou legislar
Já tenho um programa de alcance nacional
Em cada escola de samba eu tenho um cabo eleitoral
Se eu for eleito, ordeno a abertura do cassino
Precisamos de divisas e incentivo ao turismo
Farei uma curriola entre os membros do Senado
Regulando o divórcio, pois o papai está enrascado
Para assimilação do imigrante estrangeiro
Vou obrigar a todos eles a aprender tocar pandeiro
Amparar as profissões de boêmio e de sambista
Vou isentar de todo imposto a quem for malabarista
Para dar mais incentivo à indústria nacional
Vou pedir aos meus amigos da coluna social
Para fazer com que o grã-fino que sem a moda não passa
Ao entrar numa boate peça um gole de cachaça
Mas se houver uma surpresa e o papai for derrotado
Apelo para a ignorância e dou um golpe de Estado
– Se o Lott me deixar e se o Lacerda me ajudar.
Autores: Lucio Dalla / versão de Edgard Barbosa Poças. Intérprete: Dominó. Gravadora: Epic/CBS. LP: Dominó.
Tô p da vida
Tô vendo a gente tão pra baixo
Um baixo astral, um cambalacho
E muito pouco amor a vida
Tô p da vida
E o mundo em volta da ferida
Em transes loucos, transas nossas
De mãos atadas, vistas grossas
É muito pouco amor a vida
Tô p da vida
Tão pondo fogo no planeta
E quem não tá vira careta-tá-tá
A fina a flor do preconceito
De cor de raça de sujeito
Isso tem jeito
Isso tem jeito
We are the world lá nas paradas
E gerações desperdiçadas
Em tantas lutas sem sentido
Feche as cortinas do passado
Mundo grilado, dolorido e que se conforma
Tô p da vida
Lances, jogadas ensaiadas
Nas mesas das Nações Unidas
Azucrinando nossas vidas
Jogo de dados combinados
Dados marcados
Tô p da Vida
Mas não me sinto derrotado
Não tem gatilho, nem cruzado
Que vai me pôr nocauteado
A esperança é uma música
Canta essa música, nossa música, é nossa música
Tô p da vida
Tô vendo a gente tão pra baixo
Um baixo astral, um cambalacho
E muito pouco amor à vida
Tô p da vida
Mas isso quase não é nada
Tem que enfrentar essa parada
E tem que pôr a mão na terra
Eu tô na guerra pela vida
Só pela vida, viva a vida, viva a vida
Autor: Brazuca. Intérprete: Antonio Adolfo e A Brazuca. Gravadora: Odeon. LP: Antonio Adolfo e a Brazuca.
]Transamazônica
É norte, sul, leste e oeste
Em suma resume seu rumo
Nos pontos cardeais
Transamazônica
É rota reta e a ponta da seta
Aponta para a meta
De dez capitais
Machão, machados, facão
Correm tratores no chão
Esse ferro fere espalhando a terra
Calando o bico do azulão
Homens de aço que vão
Que traçam destino na mão
Essa estrada longa
É serpente viva
Serpenteando o sertão