O mundo era tão bom
Tão bom, tão bom
Você, meu querubim,
Gostava só de mim
Depois tudo mudou,
Você me abandonou
Na guerra de conquista
É mesmo assim
Eu sou um governo exilado
Preparado para voltar ao seu país
Você é um país ocupado
País ocupado não pode ser feliz
Vou expulsar o invasor
E a guerra entre nós dois vai se acabar
E restabelecido o nosso amor
O mundo vai melhorar
O mundo vai melhorar.
Autores: Alvarenga, Ranchinho e Ariovaldo Pires. Intérpretes: Alvarenga, Ranchinho e Capitão Furtado. Gravadora: Odeon.
CAPITÃO FURTADO: Cof, cof, cof (tosse fraca)
ALVARENGA: Uai, Capitão Furtado, que tossinha mais esquisita é essa ? Mecê parece que nos tempos de dantes tossia mais grosso.
CAPITÃO FURTADO: É, devera.
ALVARENGA: E o que foi isso, Capitão?
CAPITÃO FURTADO: É, foi a baixa do café! Ah, quando eu se alembro do tempo do café arto que eu saia na porta do terrero, oiava meus fazendão que era uma beleza, eu então empolava o peito e tossia assim COF COF (tosse alto e grosso) Mas o diabo do café deu a baixa, caiu. Minha fazenda deixou de ser fazenda, até parece aquele sítio. Vivo quieto por aí, deixei de falar alto, tudo isso é farta de administração. Inté minhas calça perdi, ...................... ficou.
ALVARENGA : E foi o diabo, a família do Ranchinho também ficou na imbira com a tar de baixa do café
RANCHINHO : E a família do Alvarenga, também não ficou muito boa, não. Tanto ansim que tiramo da baixa do café e nóis enunciamo uma moda título, num foi?
CAPITÃO FURTADO : É? Intão canta essa moda aí, eu quero só vê se ficaro boa mesmo essa moda.
O café já deu a baixa, no mercado (no estrangeiro)
Não se vende mais café, acabo-se o fazendeiro
Com a baixa do café, (cabô ganho em descarrego)
Esse mundo tá perdido com a baixa do café
Quem comia de faca e garfo hoje come de colher
Quem andava de automóvel hoje anda de a pé
Quem chamava Seu Zequinha hoje chama Seu José
Quem fumava só charuto, só cigarro de papé
Quem andava de Buick hoje anda de Chevrolet
Quem era general abaixou pra coroné
Quem morava em São Paulo hoje mora em Taubaté
Quem usava meia fina hoje não tem meia no pé
Quem comia na pensão hoje o armoço é paster
Quem andava de chapéu hoje anda de boné
Quem estava pra se casar inté que ficô sem mulher
Quem era fazendeiro cabô catano papér
Quem mandava era os hôme, hoje quem manda é as muié
A causa dessa mudança foi a baixa do café.
B-a, bá; b-e, bé; b-i, bi; b-o, bó; b-u, bu.
Dois mais dois, quatro; dois mais três, cinco; dois mais quatro, seis.
- Silêncio. Estão todos presentes e, portanto, vamos começar a lição.
- Fessora, o Julinho não veio.
- Cale a boca, atrevido. Eu já não lhe disse que o Julinho não vem mais?
- Desculpe, dona Osvaldina, eu tinha esquecido que a fessora mandara o Julinho de castigo lá pra casa do português.
- Bem, bem, não fale mais nisso. Vamos agora ao ponto de hoje, a saber: verbo ser, conjugação moderna.
Antigamente
Eu era, tu eras, ele era
O que?
Barbado.
Atualmente
Eu sou, tu és, ele é
O que?
Ah! Raspado.
Seu soldado não me prenda,
Não me mande pro estrangeiro
Pois se eu formei batalhão
Foi só pra ganhar dinheiro. (Bis)
Primeiramente
Eu fui, tu foste, ele foi
O que?
Muita gente, tapeado.
Futuramente
Serei, serás, será
O que?
Ai, ai, gozado.
Seu soldado não me prenda,
Não me mande para o estrangeiro
Pois se eu formei batalhão
Foi só pra ganhar dinheiro.