Sou João Ninguém brasileiro Casado, pai de três filhos Quero um pedaço de terra, meu senhor Pra plantar feijão e milho
Sua Excelência, trago esse requerimento Não repare o meu jeitão porque eu sou bem caipira Por muitos anos eu ouvi tanta promessa
Mas só me pregaram peça, o que houve foi mentira Saí da roça não pela minha vontade
Porque estou nessa cidade cada vez mais na imbira Mas o senhor nos inspira confiança
Que já nasce a esperança num povo que mal respira
Sem egoísmo eu não peço só pra mim
Sou a boca da pobreza, falo por quem não tem sorte O senhor sabe a nossa vida é precária
Falo da classe operária do Brasil de sul a norte Eu, por exemplo, espero a reforma agrária
E por vir aquela área que eu perdi para o mais forte Sei que o pedido do sem terra não influi
Mas veja se nos inclui no seu próximo pacote
Sei que o senhor já tem problemas demais
Mas peço prioridade no pedido que lhe fiz A minha classe sei é chamada de baixa
Mas é nela que engaja a base desse país O senhor sabe e muito mais do que eu
Nunca se desenvolveu sem ter um povo feliz Preste atenção no parpite do matuto,
Árvore não dá bom fruto se não tem boa raiz
Sou João Ninguém brasileiro Casado, pai de três filhos Quero um pedaço de terra, meu senhor Vou plantar feijão e milho
Deus quando fez a natureza
Cheia de belezas e encantos mil
Também fez um lindo cruzeiro
E o Rio de Janeiro, para orgulho do Brasil
Eu, vaidoso, deste meu torrão
Quando vi raiar a redenção
Não foi um sonho e sim realidade
Todo brasileiro já respira a liberdade.
Ouvi um chefe nazista
Cantando na emissora de Berlim
Uma marchinha muito engraçadinha
E a letra era mais ou menos assim:
RAF, RAF, RAF,
Vê se tens compaixão de mim
RAF, RAF, RAF,
Por que motivo destruíste o meu Berlim
RAF, RAF, RAF,
Estás estragando o meu cartaz
Se assim continuares
Este ano eu quero paz.