Autores: Gabriel Moura, Seu Jorge e Sérgio Granha. Intérprete: Farofa Carioca. Gravadora: Polygram: CD: Moro no Brasil.
Há 500 anos eram 5 milhões de índios felizes no Brasil Cada um em sua oca, cada oca em sua taba, cada taba em sua mata Cada rio, cada peixe, cada bicho, bicho Um por todos, todo mundo nu
Cada um na sua (viviam todos muito bem) Cada um na sua (ninguém falava mal de ninguém) Cada um na sua (todo mundo nu) Cada um na sua (tudo bem)
Boto, tamanduá, cocar, sucuri-cucú Jacarandá, anta, cajá, curumim, arara Jaguatirica, mandioca, de boi, jacaré, vitória régia (Tim Maia!)
Cada um na sua (sem roubo) Cada um na sua (sem falcatrua) Cada um na sua (ninguém passava a mão na bunda de ninguém) Cada um na sua (pode crer)
Hoje são 250 mil, mataram milhões de tristeza e solidão Na bala, no chicote, na humilhação Índio foi queimado vivo quando dormiu Índio comeu peixe poluído do rio Índio quer saber se chega ao ano 2000 Índio veio morar numa favela do Rio
Caiapó, Tupi, Xingu, Guarani, Txucarramãe Acolhei ó Tupã Pataxó
- Dedicamos essa música ao índio Pataxó Galdino, que morreu pelas mãos de uns meninos mimados no Distrito Federal. Só Deus sabe o motivo pelo qual eles não foram condenados!
Cada um na sua (eles não foram condenados) Cada um na sua (ninguém tocou no assunto) Cada um na sua (no final ficou todo mundo nu)
Cada um na sua ...
Minas gloriosa, Rio Grande forte
Paraíba mártir desafiando a morte
Povo valente, com teu ardor
Vai para a frente, batalhador
Getúlio Vargas, Flores da Cunha
Osvaldo Aranha, Antonio Carlos, Juarez Távora
Grandes cabeças do pensamento
Brasil repara um novo sol no firmamento.
Autores: Ythamar Tropicália e Rey Zulu. Intérprete: Margareth Menezes. Gravadora: Polydor. LP: Margareth Menezes (1988).
Ele, Ele, Elegibô
Elegibô, Elegibô, Ele, Ele
Ele,Ele, Elegibô
Elegibô, Elegibô
Cidade florescente (Elegibô)
Cidade reluzente (Elegibô)
Elegibô, cidade encantada
Elegibô, sua majestade real
Araketu, ritual do candomblé
Exalta as cidades de Ketu e Sabé
Ferido ficou-se o homem
Utilizando seus poderes
Passaram-se anos difíceis
Sofreram muitos seres
Os vassalos ficaram sem pasto
A fauna e a flora não brotavam mais
Suas mulheres ficaram estéreis
A flor do seu sexo não se abrirá jamais
Ele, Ele
Ele, Ele, Elegibô...
Os guerreiros lutaram entre si
Com golpes de vara, era o ritual
Durante várias horas
Travou-se a batalha entre o bem e o mal
Depois retornaram com o rei
Para a floresta sagrada
Onde comeram a massa
De inhame bem passada
Onde será comida por todos os seus
Negros homens em comunhão com Deus
Ele, Ele
Ele, Ele, Elegibô…